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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Oração

 
Esta fotografia tem 8 anos. Foi tirada em Agosto de 2009, numa espécie de albergue, durante o caminho francês de Santiago. Lembro-me tão bem deste lugar. Desta missa enquadrada pelo nosso estendal. Nascia a filha mais velha do Dinis, a que chamou Sara. A Sara peregrina estava grávida de gémeas. Ainda estávamos todos, com feridas e cansados, mas estávamos todos. Soube a brisa de fim de tarde, este caminho de Santiago em 2009.


Esta fotografia também tem 8 anos. Foi no fim do caminho. Ficámos sentados a olhar o horizonte. Nesta fotografia o Tino com o ar sério e focado, a barba com o tamanho dos nossos dias. Há 8 anos eu não tinha rugas, nem cabelos brancos, nem falta de ferro. Há 8 anos já morava no Alentejo e tinha saudades do Minho.

 
O Tino abraçava assim o Alex (que ia ser pai de gémeas, filhas da Sara peregrina)
 


caminho de Santiago

 
Tino e o seu cachimbo doce


Imagem de marca do Tino, nas muitas viagens de autocarro
Não havia lugar ao cansaço, tudo servia para fazer rir
 


do  humor
 


em família ("quem sai aos seus...")


No dia em que eu soube que ele estava doente, minutos antes de entrar na  igreja de coração pequenininho.
Ele afinava a guitarra.
Levantou-se e sorriu com todo o seu ser, com tanta emoção.
Eu acabava de saber e abracei-o. E foi bom. Foi sempre tão bom.
 
(as fotografias são todas do Pedro Soares Cordeiro, que compilou 14 anos de fotografias com o Tino. viajei no tempo, esta tarde. em oração, de coração)

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Oração

Segunda-feira e ainda estou em casa.
O mês de Julho chega hoje ao fim e pudesse eu esticá-lo... manter-me no sete.

Este mês conheci finalmente a Cristina. Partilhamos uma amizade, estivemos até no casamento dessa amizade, em Évora, há mais de 10 anos, então não nos conheciamos.
Enviei-lhe uma mensagem para vir jantar e veio. Vive em Arraiolos e é do Porto, claro. Um alentejano dificilmente aceitaria um convite assim. E que bom que foi e que bom que é, o inesperado.
Veio ainda a namorada do meu melhor amigo e o seu filho Mowgli, de 2 anos. Coloriu-me a casa e o coração.

Este mês, este mês. Leve, quente-quente. 
Quente.
Cheio de música boa. Marvão e Baltazar Molina, Carlos Barreto, Silvia Vitória, José e Luís Peixoto. O pôr-do-sol morno. A música quase como silêncio.
A Sílvia Pérez Cruz em Évora. A sensualidade vestida de mulher.
Esta mulher apimenta qualquer lugar, qualquer homem ou instrumento. É irresistivel, arrepiante o modo como hipnotiza o violoncelo e o violoncelista. Nunca tinha visto nada assim. 

Este mês, este mês. Recebi presentes. Quentes.
A ternura da Beatrix Potter e a Rita de lábios pintados de vermelho, 22 anos carregados de beleza pura, a apimentar, a aquecer o lugar onde trabalho. Foi a Roma e trouxe-me um coração. O riso e a juventude a colorir um lugar conhecido por ser cinzento.

A amiga que casou em Outubro, grávida de uma menina, mudou-se para a capital e escreveu-me uma carta. à mão. e ofereceu-me um livro que se lê de trás para a frente, porque nem tudo tem de ser óbvio. Ao inesperado e à esperança! - brindo. À Joana que navega no mesmo barco que eu, há 9 anos. Que mudou de cidade e que arrisca agora no estado de graça que é a maternidade.
Havemos de nos deitar com a tua menina ao colo, debaixo de uma árvore, só para ficar a ver o balançar das folhas. (partilhamos alguns pequenos prazeres)

Há uma ano preparava a ida a Nova Iorque, onde comprei este calendário "happiness is...". 
A penúltima viajem da Joana. Depois de Nova Iorque não voltei a vê-la ou a falar com ela. 
O meu casaco de Inverno também foi. No bolso ficou um bilhete de metro. Eu fui no Verão.

Este ano não tenho férias em Agosto, mas preparo ida a Timor. 
Apetecia-me Bali e um resort com ioga, mas na troca de emails com a amiga que vive em Timor, é claro que Dili será o destino. Não há spa ou ioga que se compare à presença de um amigo. Timor será o próximo destino de férias de Verão, no começo do Inverno. Com direito a um pulinho ao Cambodja.

Sinto que o P.S.1. desta mensagem se cumpriu. Este ano a Primavera não foi verde, mas este amigo andou de coração e alma, por aqui. A dezasSETE de SETEmbro de dois mil e dezasSETE o Alentejo receberá a sua prole. Será bom. Tudo é.



gosto tanto de todos os títulos de cada capítulo (pequenos prazeres)



(Rita Cruz)


sábado, 17 de setembro de 2016

Oração

Era apenas um jantar de Primavera, junto ao mar, depois de uma semana prazeirosa.
Navalhas e eu lambuzada, num imenso deleite.
A vida soprava com cheiro a maresia. 
No restaurante dos "Filipes" estava o Mário Daniel, dos "números mágicos", a jantar com a sua mulher e uns amigos.
O restaurante fechou e ele fez-nos uma sessão privada de magia (ilusionismo).
Foi delirante. Eu não o conhecia.
Na coincidência deste encontro, fui escolhida para cobaia. Tive de tirar à sorte uma carta, do baralho, na qual escrevi o meu nome. Entre outras coisas, esta carta viajou pelo corpo do Mário, saindo das mãos da amiga com que eu estava, para a boca dele.
No fim, fiquei com a carta e guardei-a, por piada.

A vida continuou, com os números próprios da magia do dia-a-dia.

Faz hoje 8 anos que vivo no Alentejo. Coincidência a carta ser o número 8.
Por curiosidade fui ver o significado no tarot e descobri num site altamente duvidoso que, numa leitura de cartas, o 8 de espadas significa:

"Quando um 8 de Espadas surge numa leitura de tarot, sempre dependendo da sua posição na jogada e das demais cartas que o acompanham, bem como do assunto de interesse do consultante, pode significar bloqueios, obstáculos, aprisionamento, restrições, isolamento. Censura e auto-censura. Temer a liberdade pessoal. Pode simbolizar o fato do consultante ter erguido um muro que o separa dos seus sonhos. Um momento de crise. Obsessão. Desespero. Não conseguir livrar-se do confuso emaranhado de fatos em que a situação parece ter-se tornado. O consultante pode estar permitindo que outras pessoas interfiram, seja por inveja ou por trivialidades, no seu equilíbrio psíquico. Doença. Estar impossibilitado de deixar o leito ou locomover-se. Imobilidade. Preguiça. Insatisfação, muitas vezes injustificada, com conquistas obtidas no passado. Sentir-se abandonado pelos outros. 


É muito comum, pessoas que são alcoólatras, ou que tenham algum tipo de vício ou dependência, inclusive sexual, se considerarem banidas, párias sociais, indignas do convívio com o grupo. É exatamente esse o alerta que o 8 de Espadas faz: não se isole, nas se restrinja, não crie limitações, amarras, obstáculos, impedimentos ou desculpas. Peça ajuda. Estenda a mão e peça o auxílio de seu semelhante. Inúmeras são as associações, os grupos de terapia, os profissionais qualificados que podem remover essas falsas amarras que nos impomos. O grande problema enunciado por essa carta é a idéia de “pré-conceber” algo, ou seja, presumir que não conseguirá livrar-se, presumir que ninguém lhe dá atenção, presumir que todos lhe virarão as costas, presumir que está perdido sem um guia que possa ajudar. Companhia e contato humano são essenciais pois necessitamos de outras pessoas que possam nos apontar uma nova perspectiva para aquilo que chamamos de “meu problema”.

Quando, numa jogada, o 8 de Espadas sai bem localizado, ou bem dignificado, como se usa dizer, podemos perceber que o consultante está apto para viver a sua própria liberdade. Que o caminho à sua frente está menos acidentado. Que a sua forma de pensar está mais clara. Que há um súbito desaparecimento dos problemas que pareciam persistirem. Pode, sob determinadas circunstâncias, significar que o consultante apercebeu-se que estava se dedicando em demasia a algo ou a alguém que não valia o esforço, e está com um novo projeto de vida. Alegria, felicidade. Retorno ao convívio social. Comportamento mais liberal. As coisas se movem, caminham, ainda que muito trabalho e empenho pessoal sejam necessários. Significa, também, a solução de um problema pois o Consultante encontrou “a chave” do mistério. As recompensas ainda estão bastante distantes e ainda resta muito a caminhar, mas há uma sensação de que alguns obstáculos já foram ultrapassados e as pessoas, que poderiam estar impedindo o caminhar, afastam-se, abrindo passagem. O Consultante começa a olhar a vida sem ter “areia” para lhe embaçar a visão. Depois de muito quebrar a cabeça, de muito raciocinar, de muito pensar em busca de soluções, a mente parece clarear-se, iluminar-se. A verdade triunfa."

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Oração



Guardo algumas mensagens, às quais volto, como se fossem uma oração.
Para ir rezando ao longo do caminho.