sábado, 17 de setembro de 2016

Oração

Era apenas um jantar de Primavera, junto ao mar, depois de uma semana prazeirosa.
Navalhas e eu lambuzada, num imenso deleite.
A vida soprava com cheiro a maresia. 
No restaurante dos "Filipes" estava o Mário Daniel, dos "números mágicos", a jantar com a sua mulher e uns amigos.
O restaurante fechou e ele fez-nos uma sessão privada de magia (ilusionismo).
Foi delirante. Eu não o conhecia.
Na coincidência deste encontro, fui escolhida para cobaia. Tive de tirar à sorte uma carta, do baralho, na qual escrevi o meu nome. Entre outras coisas, esta carta viajou pelo corpo do Mário, saindo das mãos da amiga com que eu estava, para a boca dele.
No fim, fiquei com a carta e guardei-a, por piada.

A vida continuou, com os números próprios da magia do dia-a-dia.

Faz hoje 8 anos que vivo no Alentejo. Coincidência a carta ser o número 8.
Por curiosidade fui ver o significado no tarot e descobri num site altamente duvidoso que, numa leitura de cartas, o 8 de espadas significa:

"Quando um 8 de Espadas surge numa leitura de tarot, sempre dependendo da sua posição na jogada e das demais cartas que o acompanham, bem como do assunto de interesse do consultante, pode significar bloqueios, obstáculos, aprisionamento, restrições, isolamento. Censura e auto-censura. Temer a liberdade pessoal. Pode simbolizar o fato do consultante ter erguido um muro que o separa dos seus sonhos. Um momento de crise. Obsessão. Desespero. Não conseguir livrar-se do confuso emaranhado de fatos em que a situação parece ter-se tornado. O consultante pode estar permitindo que outras pessoas interfiram, seja por inveja ou por trivialidades, no seu equilíbrio psíquico. Doença. Estar impossibilitado de deixar o leito ou locomover-se. Imobilidade. Preguiça. Insatisfação, muitas vezes injustificada, com conquistas obtidas no passado. Sentir-se abandonado pelos outros. 


É muito comum, pessoas que são alcoólatras, ou que tenham algum tipo de vício ou dependência, inclusive sexual, se considerarem banidas, párias sociais, indignas do convívio com o grupo. É exatamente esse o alerta que o 8 de Espadas faz: não se isole, nas se restrinja, não crie limitações, amarras, obstáculos, impedimentos ou desculpas. Peça ajuda. Estenda a mão e peça o auxílio de seu semelhante. Inúmeras são as associações, os grupos de terapia, os profissionais qualificados que podem remover essas falsas amarras que nos impomos. O grande problema enunciado por essa carta é a idéia de “pré-conceber” algo, ou seja, presumir que não conseguirá livrar-se, presumir que ninguém lhe dá atenção, presumir que todos lhe virarão as costas, presumir que está perdido sem um guia que possa ajudar. Companhia e contato humano são essenciais pois necessitamos de outras pessoas que possam nos apontar uma nova perspectiva para aquilo que chamamos de “meu problema”.

Quando, numa jogada, o 8 de Espadas sai bem localizado, ou bem dignificado, como se usa dizer, podemos perceber que o consultante está apto para viver a sua própria liberdade. Que o caminho à sua frente está menos acidentado. Que a sua forma de pensar está mais clara. Que há um súbito desaparecimento dos problemas que pareciam persistirem. Pode, sob determinadas circunstâncias, significar que o consultante apercebeu-se que estava se dedicando em demasia a algo ou a alguém que não valia o esforço, e está com um novo projeto de vida. Alegria, felicidade. Retorno ao convívio social. Comportamento mais liberal. As coisas se movem, caminham, ainda que muito trabalho e empenho pessoal sejam necessários. Significa, também, a solução de um problema pois o Consultante encontrou “a chave” do mistério. As recompensas ainda estão bastante distantes e ainda resta muito a caminhar, mas há uma sensação de que alguns obstáculos já foram ultrapassados e as pessoas, que poderiam estar impedindo o caminhar, afastam-se, abrindo passagem. O Consultante começa a olhar a vida sem ter “areia” para lhe embaçar a visão. Depois de muito quebrar a cabeça, de muito raciocinar, de muito pensar em busca de soluções, a mente parece clarear-se, iluminar-se. A verdade triunfa."

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