domingo, 2 de junho de 2013

Cecília Meireles [ou, a minha solidão não é uma disponibilidade. É uma consequência natural do meu trabalho, e o seu clima indispensável]

"Nasceu no Distrito Federal [Rio de Janeiro, Brasil] - 7 de Novembro de 1901 - 9 de Novembro de 1964.
Casada, tem três filhas e dois netos. - Altura, 1,64. - Pesa 59 quilos e calça sapatos número 37. - É quase vegetariana. - Não fuma, não bebe, não joga. - Não pratica nenhum esporte, mas gosta muito de caminhar e acha que seria capaz de dar volta ao mundo a pé. - Não gosta de futebol e raramente vai ao cinema. - Gosta de bom teatro. - Responde pontualmente todas as cartas que recebe, mas atrasa-se, às vezes, em agradecer livros, porque só agradece depois de os ler. - Adora música, especialmente canções medievais, espanholas e orientais. - Poetas preferidos: todos os bons poetas. - Prefere os pintores flamengos. - Dorme e acorda cedo. - Leu Eça de Queirós antes dos 13 anos. - Escreveu o seu primeiro verso aos 9 anos. - Estudou canto, violão, violino e, às vezes, desenha. - Se pudesse recomeçar a vida, gostaria de ser a mesma coisa, porém melhor. - Seu primeiro livro publicado foi "Espectros", tinha 16 anos. - Seu principal defeito: uma certa ausência do mundo. - Seu tormento: desejar fazer o bem a pessoas que precisam de auxílio e não o aceitam. - Nunca viu assombração, mas gostaria de ver. - Não tem medo de viajar de avião em viagens longas. - Gostaria de tornar a visitar o Oriente e chegar até à China. - Pensa que poderia, pelo menos, ficar muito tempo no Mediterrâneo. - Coleciona objetos de arte popular. - Já colecionou xícaras e colheres de café. - Agora acha o café tão ruim que não vale a pena colecionar os acessórios. - Teve grande emoção quando chegou aos Açores, terra de seus antepassados. - Outra emoção grande: quando viu a sua "Elegia a Gandhi" traduzida em idiomas na Índia. - É o poeta brasileiro mais conhecido em Portugal. - Até agora não conseguiu gostar de Paris, embore admire a França. - Admira profundamente São Francisco de Assis, Gandhi e Vinoba Bhave. - Coisas que a horrorizam: tocar em papel carbono, ver comer ostras, aspirar fumaça de ônibus. - Coisas que ama: crianças, objetos antigos, flores, música de cravo, praia deserta, livros, livros, livros, noite com estrelas e nuvens ao mesmo tempo. - Acha que não tem medo da morte. - Gostaria de morrer em paz."
 
[flash de João Condé, publicado nos "Arquivos Implacáveis", O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 1955]

2 comentários:

  1. Nunca viu assombração, mas gostaria de ver :)

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  2. sendo uma mulher sensata, é normal que tivesse o mais desarrazoado dos desejos! :)

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