[cartaz de Maria Helena Vieira da Silva]
Na escola primária fazia composições sobre o 25 de Abril de 1974.
Ditados, desenhos.
Era dia de cravos vermelhos, naturais ou de papel.
Na altura o meu pai tinha uma pequena estufa de cravos (uma experiência).
A minha mãe oferecia cravos a toda a gente.
Chego a casa cansada e ainda bem que amanhã é feriado!
Tiro os sapatos e a campainha toca.
Preciso de falar, disse.
Tenho sopa, pão, fruta, vinho e ouvidos. Sorriu.
Comemos, bebemos, falámos.
Perto da meia noite vimos o fogo mágico no céu da praça,
juntámo-nos a um coro, morno como a noite, e cantámos Zeca Afonso.
Fechei os olhos e desejei a Liberdade.
A Liberdade honesta do meu País.
Descalço-me.
Sem comentários:
Enviar um comentário