"Não somos anjos e nunca mentimos."
Poderia ser notícia, num daqueles folhetins entregues na estação.
Falaria de um fenómeno paranormal.
Rapariga (ex-amante), saíra de casa com a intenção de ir apenas tomar um café.
Alegára o despertar da rua e da memória, não por esta ordem, exactamente.
A necessidade urgente de reconciliação com a vida, (outra stalker, certamente), fizera-a tocar insistentemente na campainha do seu prédio, nessa manhã.
Primeiro no esquerdo, depois no direito.
Depois, alternadamente.
Temia a revolta dos vizinhos, imaginando-lhes o acordar.
Temia a revolta da mulher, que acabára de deitar nos lençóis.
Por isso, só por isso, apresentaria queixa.
À mesma hora, num outro bairro, a campainha soou.
Uma jovem mulher, descansou a amante, dizendo-lhe saber quem era.
Levantou-se para abrir a porta.
Esquerda, direita.
Ninguém.
Sim, a campainha soou, à mesma hora.
A amante confirmou.
e nenhum deles abriu a porta
{mas tu abriste}
{Para a Anita - um presente, o meu melhor presente, sempre tão presente}
ResponderEliminarA nossa sintonia é daqueles segredos maravilhosos do universo. Abrir-te-ei sempre a porta quando sentir a tua urgência. Mesmo que estejas do outro lado do mundo.
ResponderEliminaragora emocionei-me... o mundo é tão melhor, contigo nele. tu, que atrais metais preciosos. moedas. tesouros. e não os guardas para ti. ofereces-te e formulas desejos. e existes. e és tão real.
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