sexta-feira, 31 de julho de 2015

Oração






Bleu
"Azul" é o filme.
Começa com um acidente rodoviário.
Julie (Juliette Binoche), perde o marido (célebre compositor) e a filha, Anna, de 5 anos.
Julie sai do acidente apenas com ligeiras escoriações.
A perda trágica das suas referências afectivas, trazem a Julie um vazio que não pode ou não quer deixar.
Julie não chora. Julie nunca chora.
Com a percepção de que os laços geram apenas sofrimento, decide deixar tudo: bens, recordações familiares, o nome, a música... tudo o que a liga ao passado.
Se não ter significa ser livre, Julie opta pelo caminho da perda e da distância de tudo e de todos (sentimentos incluídos), aquele que aparentemente lhe permite continuar a viver sem sofrimento.

O amor e a liberdade. (em que medida somos livres nos nossos sentimentos? o amor é prisão ou liberdade?)

O interior dos seres e dos lugares, o mistério das coisas. (o mundo não são apenas as luzes brilhantes, o ritmo frenético, a coca-cola com uma palhinha, o novo carro...)

A graça e a gratuidade. (alguém chega inesperadamente - Olivier - e não desiste de Julie. Ele esteve sempre lá. De graça. Sem esperar nada em troca. Por amor. Até que Julie o . Ver e ser visto...)



(banda sonora de Sbigniew Preisner)

(Um poema de Paulo, a Primeira Carta aos Coríntios, cap. 13, 1 – 13)

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, sou como o bronze que soa ou como o sino que tine.

Ainda que eu tenha o dom da profecia, e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.

Ainda que eu distribua todos os meus bens,
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, nada disto me aproveita.

O amor é paciente,
O amor é prestável;
não é invejoso;
não é arrogante, nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.
Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais passará.
As profecias terão o seu fim,
O dom das línguas terminará,
E a ciência vai ser inútil.
Pois o nosso conhecimento é imperfeito,
E também imperfeita é a nossa profecia.
(…)
Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor,
mas a maior de todas é o amor.

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