Bleu
"Azul" é o filme.
Começa com um acidente rodoviário.
Julie (Juliette Binoche), perde o marido (célebre compositor) e a filha, Anna, de 5 anos.
Julie sai do acidente apenas com ligeiras escoriações.
A perda trágica das suas referências afectivas, trazem a Julie um vazio que não pode ou não quer deixar.
Julie não chora. Julie nunca chora.
Com a percepção de que os laços geram apenas sofrimento, decide deixar tudo: bens, recordações familiares, o nome, a música... tudo o que a liga ao passado.
Se não ter significa ser livre, Julie opta pelo caminho da perda e da distância de tudo e de todos (sentimentos incluídos), aquele que aparentemente lhe permite continuar a viver sem sofrimento.
O amor e a liberdade. (em que medida somos livres nos nossos sentimentos? o amor é prisão ou liberdade?)
O interior dos seres e dos lugares, o mistério das coisas. (o mundo não são apenas as luzes brilhantes, o ritmo frenético, a coca-cola com uma palhinha, o novo carro...)
A graça e a gratuidade. (alguém chega inesperadamente - Olivier - e não desiste de Julie. Ele esteve sempre lá. De graça. Sem esperar nada em troca. Por amor. Até que Julie o vê. Ver e ser visto...)
(banda sonora de Sbigniew Preisner)
(Um poema de Paulo, a Primeira Carta aos Coríntios, cap. 13, 1 – 13)
Ainda
que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não
tiver amor, sou como o bronze que soa ou como o sino que tine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia, e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que
transporte montanhas,
se não
tiver amor, nada sou.
Ainda que eu distribua todos os meus bens,
e entregue
o meu corpo para ser queimado,
se não
tiver amor, nada disto me aproveita.
O amor é paciente,
O amor
é prestável;
não é
invejoso;
não é
arrogante, nem orgulhoso,
nada
faz de inconveniente,
não
procura o seu próprio interesse,
não se
irrita nem guarda ressentimento.
Não se
alegra com a injustiça,
mas
rejubila com a verdade.
Tudo
desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor
jamais passará.
As
profecias terão o seu fim,
O dom
das línguas terminará,
E a
ciência vai ser inútil.
Pois o
nosso conhecimento é imperfeito,
E também
imperfeita é a nossa profecia.
(…)
Agora
permanecem estas três coisas:
a fé,
a esperança e o amor,
mas a
maior de todas é o amor.
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