Três amigos feitos na infância e dois feitos ontem.
Três homens, duas mulheres.
Cinco cidadãos da Pátria, riram a bandeiras despregadas, na madrugada passada, frente à Assembleia.
Riram da bandeira nacional, que se agitava ao vento, como se fosse eléctrica.
Uma falha de luz e desaparece.
Riram dos leões impotentes que protegem e adornam o Parlamento.
Falta de convicção no suspenso rugido.
Olhos tortos, patas sem firmeza.
Estátuas de leões amestrados, à espera das estátuas de abutres que os hão-de substituir.
{Diz o nome de cinco escultores que conheces}
Riram do pinheiro de Natal, de deficientes enfeites, que para todos os "enfeitos" nos deseja um Bom Natal.
Viram na cabine da sentinela, uma cabine telefónica, da qual talvez pudessem ligar para o "Cacau da Ribeira" - chamada a pagar no destinatário - com ligação directa ao segurança, desse lugar que poderia ser uma pastelaria, na esperança de que este tivesse encontrado e guardado um vinil com perfil de saxofonista e dois charutos cubanos.
Cinco cidadãos portugueses atiraram gargalhadas à Assembleia da República, na última madrugada.
Ninguém as ouviu, ninguém os denunciou.
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